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Esposa de Bigú, Gislene de Oliveira, aparece na folha de pagamento com o dobro do salário dos demais professores, sem exercer função

06/11/2025, às 22:46

Escândalo de desigualdades salariais na educação de Santo Antônio dos Lopes explode após denúncia de deputada na Assembleia Legislativa.

Um grave escândalo de disparidades salariais na rede municipal de educação de Santo Antônio dos Lopes, no interior do Maranhão, veio à tona nesta manhã, expondo práticas que podem configurar nepotismo e favorecimento político. O caso, que envolve a ex-primeira-dama Gislene, esposa do ex-prefeito Bigú de Oliveira, ganhou repercussão nacional ao ser denunciado pela deputada estadual Ana do Gás durante sessão na Assembleia Legislativa do Maranhão (ALE-MA).

A parlamentar prometeu acionar o Ministério Público Estadual (MP-MA) para investigar o que descreveu como “um desrespeito flagrante aos professores que suam a camisa pela educação pública”.

De acordo com documentos da folha de pagamento municipal, Gislene aparece registrada como “professora” na rede de ensino local, recebendo um salário mensal superior a R$ 13 mil – valor que representa praticamente o dobro do que ganham os demais educadores em exercício, cuja remuneração média gira em torno de R$ 6 mil, incluindo gratificações e benefícios.

O mais alarmante, porém, é que Gislene não exerce a função na prática: seu currículo, conforme consta nos registros oficiais, indica formação na área, mas não há evidências de que ela ministre aulas ou atue diretamente nas escolas do município. “É na prática um cargo fantasma, mantido para inflar o bolso de quem já teve poder e agora barganha influência”.

O contexto político agrava a situação. Bigú de Oliveira, ex-prefeito de Santo Antônio dos Lopes (gestão encerrada em 2024), tem se posicionado como aliado da atual prefeita, Cibelle Napoleão (PL) em um acordo informal que visa preservar o grupo político no poder. Fontes ligadas à Câmara Municipal sugerem que o alto salário de Gislene seria uma “troca de favores”: em retribuição ao apoio de Bigú nas articulações eleitorais locais, a administração atual teria mantido o vínculo empregatício privilegiado da ex-primeira-dama, mesmo sem contraprestação efetiva.