Enquanto parte da política local tenta resgatar a imagem do ex-prefeito Vadilson Fernandes Dias, os registros oficiais contam uma história bem diferente — marcada por ações de improbidade, contas reprovadas e condenações que ainda repercutem no município.

A seguir, um panorama dos principais episódios já confirmados por órgãos de controle e pela Justiça.

1. Ação por improbidade: notas fiscais frias e desvio de recursos sociais

Em 2014, o Ministério Público do Maranhão ingressou com Ação Civil Pública contra Vadilson Dias por irregularidades no uso de recursos do Fundo Municipal de Assistência Social, referentes ao exercício de 2007.

A investigação apontou:

• Apropriação indevida de R$ 59.542,00;
• Utilização de notas fiscais falsas;
• Ausência de processos licitatórios;
• Fragmentação de despesas e prejuízo ao erário.

Recursos destinados à política social — justamente para atender famílias vulneráveis — se tornaram alvo de denúncias de fraude e irregularidades.

2. Cobrança de R$ 1,7 milhão pelo Ministério Público

Ainda em 2014, o MPMA ajuizou quatro ações de execução forçada para recuperar valores decorrentes de decisões do Tribunal de Contas do Estado.

O montante cobrado chegou a R$ 1.739.092,81, incluindo:

• R$ 587.798,21 vinculados à administração direta do município;
• Débitos envolvendo os fundos de Saúde, Educação e Assistência Social;
• Pedido de bloqueio de bens e ativos financeiros.

Não se tratou de recomendação ou alerta: foram ações de cobrança formal, com base em condenações já transitadas no TCE-MA.

3. Condenação por improbidade e suspensão dos direitos políticos

O caso mais grave veio em 18 de dezembro de 2018, quando o Tribunal de Justiça do Maranhão confirmou a condenação do ex-prefeito.

As penalidades incluíram:

• Ressarcimento de R$ 587.798,21 aos cofres públicos;
• Suspensão dos direitos políticos por 10 anos;
• Proibição de contratar com o poder público pelo mesmo período;
• Pagamento de multa civil.

A Justiça reconheceu que houve violação aos princípios da administração e dano ao patrimônio público.

4. Contas reprovadas no TCE-MA e novas multas

O Tribunal de Contas do Estado do Maranhão também registrou uma série de reprovações envolvendo a gestão de Vadilson Dias:

• Contas de 2009 listadas entre as desaprovadas;
• Multas que chegaram a R$ 40.800,00 relacionadas às contas de 2011;
• Irregularidades sucessivas em diferentes exercícios.

Os apontamentos reforçam um padrão: falhas repetidas e ausência de controle administrativo.

5. Irregularidades também analisadas pelo TCU

Processos envolvendo Gonçalves Dias chegaram ao Tribunal de Contas da União, que identificou irregularidades em convênios e repasses federais ligados à gestão do ex-prefeito, com responsabilização e encaminhamentos ao Ministério Público Federal.

Quando a questão ultrapassa o âmbito estadual, o sinal de alerta fica ainda mais evidente.

6. Um nome recorrente nos tribunais

Pesquisa em bases públicas mostra que o nome de Vadilson Fernandes Dias aparece vinculado a dezenas de processos, sobretudo no Tribunal de Justiça do Maranhão e no TRF-1.

Nem todos resultaram em condenação — mas o volume expressivo demonstra que não se trata de um episódio isolado, e sim de um histórico de judicialização da gestão pública.

O que fica para Gonçalves Dias

Enquanto os processos se acumulam, a população continua enfrentando problemas que atravessaram gestões:

• Falta de investimentos consistentes;
• Serviços públicos fragilizados;
• Dependência de obras custeadas pelo governo estadual;
• Desconfiança crescente da sociedade em relação à política local.

A pergunta que ecoa nas ruas é simples:

Como alguém condenado por improbidade, com cobranças milionárias e contas reprovadas pode ainda tentar se apresentar como referência de boa gestão?