
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou Lucas Gabriel Conceição, conhecido como Mata Rindo, entre os 121 mortos na Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha. O traficante, natural de Chapadinha no Maranhão, atuava como vigia para o Comando Vermelho (CV) e fugira para a capital fluminense após crimes em sua terra natal. A ação, que mobilizou 2.500 agentes, visava cumprir mandados de prisão contra líderes da facção e resultou em 113 detenções, incluindo o braço financeiro Belão.
Mata Rindo circulava pelas comunidades controladas por Doca da Penha, chefe do CV na região. Sua morte representa um revés para a organização, que expandiu influência para outros estados. Autoridades apreenderam 118 armas, entre fuzis e pistolas, durante os confrontos.
A operação durou 15 horas e concentrou-se em áreas de mata, onde policiais usaram táticas de cerco para isolar suspeitos. Moradores relataram descoberta de corpos na Serra da Misericórdia, levando a um saldo recorde de letalidade no estado.

Lucas Gabriel Conceição migrou para o Rio de Janeiro no ano passado, após completar 18 anos, para escapar de investigações por homicídios ligados ao CV em Chapadinha e Coelho Neto, no Maranhão.
Ele integrou rapidamente a estrutura da facção, focando em tarefas de segurança nas favelas. Sua atuação incluía monitoramento de acessos e proteção a pontos de venda de drogas.
Nas redes sociais, postava como “Luca” ou “Bé”, com imagens armadas e referências à facção. O apelido reflete a frieza associada a ações criminosas.
Investigadores ligam Mata Rindo a seis mandados de prisão por tráfico e comércio de armas. Ele operava sob comando de Doca, fortalecendo redes interestaduais do CV.

A ação começou às 6h da manhã de terça-feira e terminou à noite, com foco em 180 endereços nos complexos da Penha e Alemão.
Polícias Civil e Militar formaram um “muro” tático para empurrar criminosos à mata, onde equipes do Bope esperavam. Suspeitos usaram drones para lançar explosivos contra as forças de segurança.
Foram detidos 33 indivíduos de outros estados, como Amazonas e Ceará, evidenciando o “intercâmbio” de líderes do CV para o Rio como refúgio.
Apreensões incluíram granadas e fuzis de origem estrangeira, como da Venezuela. O Ministério Público do Rio enviou peritos ao IML para análise independente dos corpos.
O CV expandiu para 26 estados, usando o Rio como base para líderes foragidos. Mata Rindo exemplifica essa mobilidade, vindo de Chapadinha, onde a facção controla territórios.
Autoridades identificaram elos com prefeituras no Ceará, como em Santa Quitéria, cassadas por ligações criminosas. A operação revelou 94 alvos escondidos nas favelas cariocas.
Presos como Belão gerenciavam fluxos financeiros para Doca, que segue foragido. A facção impõe regras em comunidades, controlando serviços básicos.
Investigações apontam para expansão via presídios, originária da Ilha Grande nos anos 1970. O governo estadual planeja transferir cúpula capturada para presídios federais.
A família de Lucas Gabriel iniciou vaquinha online para custear o translado do corpo de volta ao Maranhão. Publicações nas redes destacam o custo alto do transporte desde o IML do Rio.
Identificação ocorreu via bancos de dados interestaduais, confirmando origem em Chapadinha. Familiares esperam no instituto para liberação formal.
A Defensoria Pública do Rio acompanha casos de mortos de fora do estado. Mais de 99 corpos já identificados, com perícia em andamento.
Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, foi capturado como operador financeiro do CV. Nicolas Fernandes Soares, outro detido, lidava com lavagem de dinheiro para Doca.
A operação superou recordes anteriores, como Jacarezinho em 2021 com 28 mortes. De 2007 a 2025, ações policiais no Rio causaram 2.905 civis mortos, segundo estudos acadêmicos.
Governo destaca o “baque histórico” ao CV, com apoio de outros estados. ONU e entidades criticam a letalidade, pedindo investigações.
Autoridades transferem presos para cadeias de segurança máxima antes de remoção federal. Foco agora em perícias para validar ligações com o crime.
A Operação Contenção mobilizou recursos inéditos contra o avanço territorial do CV nas favelas. Secretário Felipe Curi classificou mortos como “narcoterroristas”.
Escolas e crianças foram afetadas, com relatos de impactos em rotinas locais. Comissão de Direitos Humanos do Senado cobra esclarecimentos sobre proteções.
Peritos independentes analisam balística de armas e causas de morte. Governo promete relatórios detalhados em dias.
Contagem final pode ajustar com achados em mata. Ação expõe desafios de facções em 26 estados brasileiros.